segunda-feira, 23 de novembro de 2009
ANALISE DA LETRA- O CALHAMBEQUE(ROBERTO CARLOS)
Vocabulário
carango- arbusto de Moçambique;soldado de infantaria;piolho;comichão na pele,causado por parasitas.
desolado- muito triste.
brotos- ato de brotar;rebento,gomo.
Interpretação
O Calhambeque
Erasmo Carlos; Gwen Loudermilk; John D Loudermilk
Essa é uma das muitas histórias que acontecem comigo/ Primeiro foi Susi, quando eu tinha a lambreta/ Depois comprei um carro, e parei na contramão/ Tudo isso sem contar o tremendo tapa que eu levei/ Com a história do Splish-Splash/ Mas essa história também é interessante...
Ele começa falando de sua história... Contar histórias foi e ainda é o grande constante nas músicas do rei, sejam dele ou não. Susi foi a primeira música de autoria só do Roberto a ser gravada...
Parei Na Contramão, seu primeiro sucesso no Rio de Janeiro. Splish-Splash se segundo sucesso no Rio. Mas já vai começar a nova história
Mandei meu Cadilac pro mecânico outro dia/ Pois há muito tempo um conserto ele pedia/ E como vou viver sem um carango pra correr/ Meu Cadilac bip bip/ Quero consertar meu Cadilac
É um jovem da classe média, que tem seu carrão americano, símbolo de status para com as garotas sair. Mas com o carro com um defeitinho aqui e outro ali não dá pra sair. Mas ai ele tem uma pequena (pequena mesmo) crise de consciência... 'Mas com que carro eu vou andar bicho?' Mas ele sabe que o Cadilac ele precisa consertar...Com muita paciência o rapaz me ofereceu/ Um carro todo velho que por lá apareceu/ Enquanto o Cadilac consertava eu usava/ O Calhambeque bip bip/ Quero buzinar o Calhambeque
O moço da oficina tem um opção que não é muito agradável... 'Poxa um carro velho!?' Até hoje existe um certo preconceito com modelos mais históricos, como o Fusca por exemplo. Mas ele percebe que não tem jeito... E vai de Calhambeque mesmo.
Saí da oficina um pouquinho desolado/ Confesso que estava até um pouco envergonhado/ Olhando para o lado com a cara de malvado/ O Calhambeque bip bip/ Buzinei assim o CalhambequeEle ficou meio tenso... 'Pô pessoal vai rir de mim com esse Calhambeque'. Mas mesmo no carrinho quis se mostrar superior, e olhou com sua cara de mau... E buzinou o Calhambeque
E logo uma garota fez sinal para eu parar/ E no meu Calhambeque fez questão de passear/ Não sei o que pensei, mas eu não acreditei/ Que o Calhambeque bip
bip /O broto quis andar no Calhambeque.
Mas... As coisas estavam acontecendo diferentemente do que ele pensou... O Broto adorou o Calhambeque... Carrinho diferente que não se vê sempre nas ruas... Charmoso por natureza... Mas ele não acreditou... Afinal o q tinha aquele carro? Por que o broto quis andar no Calhambeque?
E muitos outros brotos que encontrei pelo caminho/ Falavam que estouro, que beleza de carrinho/ E eu fui me acostumando e do carango fui gostando/ O Calhambeque bip bip/ Quero conservar o Calhambeque
Estão todas as garotas achando um máximo esse carango... E ele vai adorando estar fazendo tanto sucesso com o carro... Começa a pegar afetividade... Imagino que o dirige com um largo sorriso no rosto... 'É melhor cuidar bem do Calhambeque.
Mas o Cadillac finalmente ficou pronto/ Lavado, consertado, bem pintado, um encanto/ Mas o meu coração na hora exata de trocar, bip, bip/ O Calhambeque bip bip/ Meu coração ficou com o Calhambeque.
O 'Avião' tá pronto... está como novo... Mas... Ele acabou gostando tanto do Calhambeque, que não vai saber ficar sem ele... Ele vai ficar com o Calhambeque... E 39 anos depois soubemos que ele ainda está com os 2: 'O Cadillac ao lado do meu Calhambeque'
Depois de uma ótima história como essa ele parece adiantar as próximas... As histórias com os brotos, que Roberto e Erasmo iriam falar anos depois em músicas como Proposta e Seu Corpo. Até os dias de hoje o Calhambeque se mantém no imaginário de adultos, jovens e crianças... Muito por causa do charme do pequeno carango. Mas talvez muito mais por causa dessa história que Erasmo escreveu, e Roberto, eternizou cantando. 'As garotas só saem por causa desse calhambeque sabe?'...
Comentário Breve
Muito interessante esta análise poética de "O calhambeque". Em especial, porque muitas pessoas dizem que esta música não tem nada de poesia, é só alienação, música "inferior".Mas como podemos ver a música envolve vários conceitos(moda,social...).
VISÃO GERAL DA DÉCADA DE 1960(ACONTECIMENTOS)
NA década de 1960,Vários países ocidentais deram uma guinada à esquerda no início da década, com a vitória de John F. Kennedy nas eleições de 1960 nos EUA, da coalizão de centro-esquerda na Itália em 1963 e dos trabalhistas no Reino Unido em 1964. No Brasil, João Goulart virou o primeiro presidente trabalhista com a renúncia de Jânio Quadros.
A década de 60 representou, no início, a realização de projetos culturais e ideológicos alternativos lançados na década de 50. Os anos 50 foram marcados por uma crise no moralismo rígido da sociedade, expressão remanescente do Sonho Americano que não conseguia mais empolgar a juventude do planeta. A segunda metade dos anos 50 já prenunciava os anos 60: a literatura beat de Jack Kerouac, o rock de garagem à margem dos grandes astros do rock (e que resultaria na surf music) e os movimentos de cinema e de teatro de vanguarda, inclusive no Brasil.
Podemos dizer que a década de 60, seguramente, não foi uma, foram duas décadas. A primeira, de
Nesta época teve início uma grande revolução comportamental como o surgimento do feminismo e os movimentos civis em favor dos negros e homossexuais. O Papa João XXIII abre o Concílio Vaticano II e revoluciona a Igreja Católica. Surgem movimentos de comportamento como os hippies, com seus protestos contrários à Guerra Fria e à Guerra do Vietnã e o racionalismo. Esse movimento foi também a chamado de contracultura. Ocorre também a Revolução Cubana na América Latina, levando Fidel Castro ao poder. Tem início também a descolonização da África e do Caribe, com a gradual independência das antigas colônias.
Jovem Guarda: velhas injustiças e preconceitos
É com profundo pesar que escrevo para demonstrar minha indignação e revolta com a "matéria" (sic), do senhor Hugo Sukman, sobre um programa e disco comemorativos da Jovem Guarda, publicada no Segundo Caderno do jornal O Globo, em 12/4/2005. Ele abre a matéria afirmando que "a Jovem Guarda inexiste na história brasileira". Ele e muitos outros "jornalistas" e "escritores" vivem a denegrir o maior movimento musical, comportamental e jovem do Brasil, idolatrado pelas camadas A, B, C, D, E e todas as letras do alfabeto. Até mesmo pelas "elites bem pensantes", como ele preconceituosamente colocou, relegando às "massas humildes e incultas" o amor pela música jovem. Como biógrafo da Jovem Guarda, autor do "almanaque" 'No Embalo da Jovem Guarda', nascido em um subúrbio do Rio de Janeiro, atesto que ainda existe um preconceito enorme, por parte da pretensa "elite cultural", contra os músicos e a música da Jovem Guarda. Até mesmo este jornal teve preconceito, pois foi o único jornal em todo o Brasil que ignorou o lançamento de meu livro, que contextualizou a Jovem Guarda na História Brasileira. Comparar o programa Jovem Guarda ao Domingão do Faustão foi outra idéia infeliz. O que se tornou um programa de televisão em 22 de agosto de 1965, durando até maio-junho de 1968, foi um movimento musical jovem, iniciado em 1957-1958, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. O sucesso dos "garotos de subúrbio", "sem cultura musical", "sem berço", "sem técnica", e tudo mais que provocava a inveja e desprezo de uma minoria intelectualizada e preconceituosa, era (e pelo visto ainda é) inaceitável. Como estes "suburbanos pobres" estão nas capas de todas as revistas, nas TVs, vendendo milhares de compactos, compactos duplos e LPs, fazendo sucesso com todas as meninas e mulheres? Os nomes podem ser talento, carisma, competência, etc. O rock chegou ao Brasil em 1957, com versões nacionais de sucessos americanos, culminando com a apresentação de Bill Halley e seus Cometas no Rio e em São Paulo, em 1958, com Roberto Carlos fazendo o número de abertura no Maracanãzinho. Depois vieram os Beatles e viraram o mundo (e o Brasil) de cabeça para baixo. O desconhecimento por parte de nossos "jornalistas" e "escritores" levam a erros de datas e informações, permitindo que revistas musicais estrangeiras perpetuem o preconceito contra a Jovem Guarda na Europa e nos Estados Unidos. Discutir gosto musical é o mesmo que discutir futebol: cada um tem a sua predileção. Isto chama-se DEMOCRACIA. Se gostar da Jovem Guarda é proibido, pois a Jovem Guarda nunca cantou músicas de protesto, nunca se engajou neste ou naquele movimento, isto nos levará ao momento social que o Brasil vivia nos anos 60. Apenas uma ínfima parcela da população alcançava as faculdades e assim faria parte da "elite pensante e engajada". Ao invés de culpar a Jovem Guarda pela inocência e romantismo de seus membros, a "alienação" dos jovens que os cultuavam, a carência de amor e alegria de todo o povo, culpem os governantes da época. Faça uma matéria desta contra ministros e secretários de educação dos anos 60, contra as políticas sociais da época, etc. Mas não vai vender, não é senhor Sukman? O que vende é Jovem Guarda! O que se cobra da Jovem Guarda eram canções de protesto, de luta, de crítica? É triste constatar que em muitas faculdades de comunicação os professores ensinam aos seus alunos o desprezo e o preconceito contra a Jovem Guarda nos dias de hoje! Então temos que criticar todo o povo que queria ouvir canções de amor, de carinho. De uma maneira, a Jovem Guarda suavizou as coisas para a juventude e até mesmo seus pais. Se os jovens artistas que povoaram as paradas de sucesso, as revistas, os jornais, as TVs e os corações de toda uma geração não tivessem talento, não estariam dirigindo os setores artísticos das principais gravadoras do Brasil, produzindo música brasileira (rock, mpb, sertaneja, axé, etc). Além disso, a Jovem Guarda foi a primeira manifestação jovem com instrumentos, roupas, gírias e comportamento próprios. Se o senhor vai dizer que tudo foi importado, nada foi original, assim também foi com todos os movimentos musicais que o citou. Nosso país tem apenas 505 anos. Importamos as culturas de todos os povos que formaram a nossa população. E assim criamos nossa identidade, nossa realidade. Este tipo de cobrança, de coerência, poderiam então ser feitas a grupos atuais que, num momento são altamente engajados e atuantes, e num outro cantam em propagandas de refrigentes que lavam os estômagos e as mentes da garotada. E o seu preconceito vai ao ponto de dizer que "a Jovem Guarda só originou a moderna música brega brasileira" e que "Sérgio Reis mantêm-se no espírito original da Jovem Guarda". Senhor Sukman, voltamos então aos tempos de "Jovem Guarda: odeie-a ou ignore-a"? Que coisa democrática, não? O aeroporto está logo ali. Pode ir embora. * Ricardo Pugialli é autor do livro 'No Embalo da Jovem Guarda'. |
O futuro pertence à Jovem Guarda
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um ídolo da juventude, antes mesmo dos novos heróis cabeludos ingleses, por conta de hits como ‘Splish Splash’ (1963), ‘Párei na Contra Mão’ (1963), ‘É Proibido Fumar’ (1964) e ‘O Calhambeque’ (1964). Por outro lado, milhares de jovens, migrantes como Roberto Carlos, corriam para os grandes centros urbanos, na trilha da industrialização, em busca de emprego, ascensão social e de espaço na sociedade moderna. |
Além da demanda por um novo espaço na televisão sintonizado com aquele momento cultural, a idéia do programa Jovem Guarda surgiu como uma alternativa para ocupar a grade de programação da TV Record, em lugar da transmissão dos jogos do Campeonato Paulista de Futebol, que havia sido proibida. Originalmente, o programa era para ser chamado de ‘Festa de Arromba’ (‘hit’ de Erasmo Carlos, naquele momento), mas acabou sendo trocado por insistência dos próprios artistas, que achavam que o nome perderia força com a saída da música das paradas de sucesso. Em seu lugar, por sugestão do publicitário Carlito Maia, foi adotado o nome de Jovem Guarda, retirado de uma expressão do líder revolucionário soviético Vladimir Lênin – “O futuro pertence à Jovem Guarda, porque a velha está ultrapassada”. Os apresentadores também fugiram da formatação original, que previa uma dupla, Roberto Carlos e Celly Campello, a ex-Rainha do Rock, que tinha se afastado da vida artística no início da década para casar-se, e recusou-se a retornar ao mundo da música.
Confirmando o acerto da formatação, da escolha dos apresentadores e do horário de veiculação, logo nas primeiras semanas o programa Jovem Guarda chegou a bater em 90% de audiência na pesquisa do Ibope. Com um padrão de produção inexistente até então, além da música, o programa incrementou uma verdadeira indústria a sua volta, com venda de botas, calças, jaquetas, anéis, bonequinhos e outras quinquilharias. Em 1966, aproveitando o sucesso dos filmes dos Beatles, Roberto Carlos retoma sua paixão pelo cinema dando início às gravações de ‘SSS Contra a Jovem Guarda’, não finalizado, mas que serviu de base para ‘Roberto Carlos em Ritmo de Aventura’, sucesso de bilheteria em 1968. Em fevereiro de 1967, sob o nome de ‘Rio-Jovem Guarda’, a versão carioca do Jovem Guarda estréia na TV-RIO, associada da Record, que ironicamente havia tirado o programa do ar em 1965, por falta de audiência.
Ainda na carona do sucesso do programa, um ano depois da estréia, a TV Record organiza o Festival de Conjuntos da Jovem Guarda, com eliminatórias em diversas regiões do país, que mobilizam milhares de grupos e intérpretes. Na final, realizada em São Paulo, também sob o comando de Roberto Carlos, classifica-se em primeiro lugar o grupo paulista Loupha, de orientação psicodélica, com o ‘cover’ para ‘I Can’t Let Go’, um original dos ingleses The Hollies. Em segundo lugar ficou o grupo gaúcho Os Cleans, e o primeiro colocado entre os intérpretes foi o mineiro Vic Barone. Em 1965, Roberto Carlos lança o álbum ‘Jovem Guarda’, que traz o megahit ‘Quero Que Vá Tudo Para o Inferno’, com a forte presença do tecladista Lafayette, que transformou-se em uma espécie de marca registrada da sonoridade da música de Roberto Carlos e da própria Jovem Guarda. O caminho do sucesso, aberto um ano antes com o LP ‘É Proibido Fumar’, que trazia ‘O Calhambeque’, estava consolidado definitiva e irreversivelmente.
Caminhos próprios
Apesar da sintonia comportamental, a Jovem Guarda foi uma espécie de “resposta” brasileira à “invasão britânica” - reação que chegou a ser externada na música ‘Beatlemania’, no primeiro LP de Erasmo Carlos, onde ele cantava: "vou acabar com a beatlemania ... se eu não puder na mão, vou até de pau ... podem vir todos os quatro ...”. Partindo das mesmas influências dos Beatles, ou seja, o rock and roll americano, mais doses do ‘som da Motown’, surf music e pop internacional, Roberto Carlos e Erasmo Carlos construíram a mais profunda e verdadeira identidade do rock brasileiro. Afastada dos conflitos políticos, que se agravaram com o golpe militar de 1964, mas nem por isso alienada culturalmente, a Jovem Guarda cultivou o caminho para a Tropicália, que fundiria rock, MPB e discurso político, a partir de 1967.
Aparentemente ingênua em sua poesia, a Jovem Guarda falava para milhões de jovens, com uma linguagem direta, não intelectualizada e, no caso de Roberto Carlos, com uma particular e cativante doçura. No universo poético da Jovem Guarda cabiam a paixão por carros, a solidão das grandes metrópoles, amores impossíveis, tipos estranhos, como uma síntese saudosista dos anos cinqüenta com a modernidade dos super-heróis, das revistas em quadrinhos, dos seriados de TV. Se Chico Buarque de Hollanda foi o grande poeta da consciência nacional dos “anos de chumbo”, Roberto Carlos foi o poeta popular que confortou a alma jovem, dando-lhes esperança de, pelo menos, “estar apaixonado” por alguém. Enquanto Erasmo Carlos incorporou o lado irreverente da Jovem Guarda, Roberto Carlos foi uma espécie de pós-James Dean suburbano, romântico e humilde.
Tal compreensão, no entanto, não existia em meados dos anos sessenta, quando diversos expoentes da tradicional MPB e da intelectualidade oficial decidiram declarar guerra “ao iê-iê-iê de Roberto Carlos e seu programa Jovem Guarda”. Pagando um dos maiores micos da história da música brasileira, um grupo de artistas comandados por Elis Regina, Jair Rodrigues, Edu Lobo, Geraldo Vandré e MPB-4, com participação de um constrangido Gilberto Gil, foram às ruas em manifestação que ficou conhecida como “a passeata contra as guitarras elétricas”. A reação tinha razão de ser, se lembrarmos do conselho da cantora Maria Bethânia ao seu irmão mais novo, Caetano Veloso: - “Largue esse violão e cante com uma guitarra. O violão é muito pouco para você! Escolha um instrumento que tenha o mesmo grito, que tenha o seu gesto”. Mesmo apresentada como um protesto “contra a invasão da música estrangeira”, a mobilização não atraiu artistas mais abertos à nova realidade, como Caetano Veloso e Nara Leão que recusaram-se a participar, e Chico Buarque que não apareceu. Alguns anos depois, justiça seja feita, Elis Regina redimiu-se do equívoco gravando músicas de Roberto Carlos.
Se Roberto Carlos incomodava os conservadores, mais contrariedade ainda provocava Erasmo Carlos, o lado mais radical da Jovem Guarda, o mais novo e mais rebelde da turma. Autor da clássica versão de ‘Splish Splash’, o primeiro grande sucesso de Roberto Carlos, em 1963, e co-autor do hit seguinte, ‘Parei na Contra Mão’, Erasmo só gravou seu primeiro disco no final de 1964. Erasmo que, naquela época, “já tinha umas idéias avançadas”, com disse Lafayette em entrevista à revista on line Senhor F, antecipou diversas “novidades”, como a introdução do órgão Hammond B3 do próprio Lafayette na Jovem Guarda. No final dos anos sessenta e nos anos setenta, Erasmo contribui para o desenvolvimento do que veio a se chamar “samba rock”, participou do primeiro festival ‘Hollywood Rock’ e gravou com Rita Lee, a nova “rainha do rock” nacional.
Já a mineirinha Wanderléa, apesar da contida postura no programa Jovem Guarda, significou um grande avanço no perfil da cantora de rock nacional e, mesmo, internacional. Seu som por vezes agressivo, do que é maior exemplo o megahit ‘Prova de Fogo’, aliado às roupas ousadas e modernas, em especial suas calças apertadas, fizeram dela um modelo comportamental para as jovens de sua época. Sua presença no programa Jovem Guarda, ao lado de Roberto e Erasmo, ao invés de um tradicional casal de apresentadores, já sugeria uma sintonia com o novo espaço conquistado pelas mulheres naquela década. Com o fim da Jovem Guarda, Wanderléa gravou um disco de MPB com produção de Egberto Gismonti, mantendo a carreira até hoje.
Além de Roberto, Erasmo e Wanderléa, a Jovem Guarda também produziu uma infinidade de astros, alguns meteóricos, que contribuíram para consolidar o repertório do novo e definitivo gênero musical. Entre eles, destacam-se cantores como Ronnie Von, Eduardo Araújo, Jerry Adriani, Sérgio Reis, Wanderley Cardoso, Bobby De Carlo (de ‘O Tijolinho’), Ed Wilson e cantoras como Meire Pavão, Valdirene, Cleide Alves, Rosemary, Silvinha e Vanusa. Ainda tiveram grande projeção as duplas e grupos vocais, como Os Vips, Deny e Dino, The Golden Boys, Os Caçulas, Trio Esperança, Leno e Lilian e Os Iguais (de onde saiu o cantor Antônio Marcos), entre outros.
Em particular, Ronnie Von significou, talvez, a maior ameaça ao reinado de Roberto Carlos enquanto ídolo jovem e ao seu programa Jovem Guarda. Também comandando um programa, na mesma TV Record, mas aos sábados à tarde, e dono de uma beleza arrebatadora, Ronnie Von conquistou rapidamente o título de ‘Príncipe’, depois de alcançar o sucesso com a versão de ‘Girl’, dos Beatles, transformada em ‘Meu Bem’. Pelo seu programa chamado ‘O Pequeno Mundo de Ronnie Von’, passaram principalmente os grupos de garagem de São Paulo, destacando Os Mutantes, a quem ele deu o nome. Insatisfeito com a repercussão de seus discos, em 1968, ele grava um dos discos mais radicais da música brasileira, voltado para a psicodelia, música concreta e outras vertentes modernas.
Também Eduardo Araújo a bordo de seu “carro vermelho”, com espelhos “só para se pentear”, e com um programa próprio – ‘O Bom’ – atingiu grande sucesso popular. Egresso da geração anterior, ele teve um relativo sucesso com a gravação de ‘Prima Daisy’, um “rock and roll à la Little Richard”, antes de retirar-se para a fazenda da família, em Minas Gerais. Com o estouro da Jovem Guarda, retorna ao mundo artístico, fazendo grande sucesso com a música título de seu programa e também como autor, junto com Carlos Imperial, da clássica ‘Vem Quente Que Estou Fervendo’, gravada por Erasmo Carlos, e também por ele. Ao lado de Erasmo, um dos intérpretes mais radicais da Jovem Guarda, Eduardo Araújo registra em sua biografia também o fato de ter revelado o guitarrista Lanny Gordin, que iniciou a carreira tocando com sua banda Os Bons – Lanny chegou a gravar o compacto com a música ‘Nem Sim, Nem Não’.
Das duplas, Leno & Lilian destacou-se no movimento e, talvez mais do que as demais, inscreveu sua música com mais longevidade na memória popular, especialmente por conta da música ‘Devolva-me’, de autoria de Lilian e Renato Barros (do grupo Renato e Seus Blue Caps), regravada até hoje. A dupla gravou dois LPs clássicos da Jovem Guarda, ‘Leno e Lilian’ (1966) e ‘Não Acredito’ (1967), contendo outros sucessos como ‘Pobre Menina’ (versão para o “one hit wonder” americano ‘Hang On Sloopy’) e ‘Eu Não Sabia Que Você Existia’. Depois de alguns anos de separação, a dupla retorna em 1972, produzindo mais dois álbuns, desta vez com orientação psicodélica, para novamente dividirem-se em carreiras solo de relativo sucesso.
Já os conjuntos, que proliferam em cada esquina do Brasil à partir do surgimento dos Beatles, só perderam em brilho e espaço na Jovem Guarda para a dupla Roberto & Erasmo. The Jet Black’s (do guitarrista Gato – José Provetti – um dos mestres do instrumento no país, que depois tocou com Roberto Carlos), The Jordans, The Youngsters (antes The Angels) vieram da fase anterior direto para o cento do salão da Jovem Guarda, trazendo a influência do rock instrumental de grupos como The Shadows e The Ventures. Os Incríveis, antes The Clevers, por sua vez, imortalizou a versão ‘Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles e Os Rolling Stones’ e produziu ótimos e irregulares álbuns até o final da década. Outros grupos como The Fevers, The Pops (depois Os Populares) The Brazilian Bitles, The Bells, Os Brasas (de Luiz Wagner), Os Santos, The Sunshines e Os Canibais também ocuparam o seu espaço no movimento.
Mas, o grande destaque foi o grupo Renato e Seus Blue Caps, que estreou dividindo um LP com os cantores Reynaldo Rayol e Cleide Alves, e chegou a ter Erasmo Carlos como vocalista, em seu segundo álbum. Tendo à frente o compositor e guitarrista Renato Barros, o grupo ganhou as paradas de sucesso com a versão “Menina Linda”, para uma música “menor” dos Beatles – ‘I Should Have Know Better’. Formado por excelentes instrumentistas, e responsável por outras versões de músicas dos “Fab Four”, o grupo destacou-se como a principal ponte entre a Jovem Guarda e a “beatlemania”. Junto com o órgão Hammond B3 de Lafayette, a guitarra “fuzz” de Renato Barros é uma das principais características da “sonoridade Jovem Guarda”.
Influenciado pelos ingleses The Shadows, também preferência de Roberto Carlos, os cariocas Youngsters gravaram com o “rei” alguns de seus maiores sucessos como ‘É Proibido Fumar’ (todo o LP), ‘Quero Que Vá Tudo Pro Inferno’ (todo o LP), e hits como ‘Párei na Contra Mão’, ‘O Calhambeque’, ‘Lobo Mau’, ‘Mexerico da Candinha’ e ‘Escreva Uma Carta Meu Amor’. O grupo também acompanhou Wanderléa na gravação da clássica ‘Ternura’, que lhe valeu a alcunha de ‘Ternurinha’ no período da Jovem Guarda. A simpatia de Roberto pelos Shadows também levou o grupo paulista The Beatniks a ser escolhido para banda de palco do programa Jovem Guarda. Os Beatniks foi um dos destaques da cena de garagem paulistana, gravando covers de ‘Gloria’ (Van Morrison/Them) e ‘Fire’ (Jimi Hendrix), em compactos do selo Mocambo/Rozemblit.
Entre os compositores, Getúlio Côrtes, carioca, egresso do mesmo universo musical da “Turma do Matoso”, é o grande nome da Jovem Guarda, presente na obra de Roberto Carlos até o início dos anos setenta. Autor da clássica ‘Negro Gato’, e dono de um jeito especial de contar estórias, colecionou uma galeria de tipos impagáveis e inesquecíveis, como ‘O Gênio’, ‘O Sósia’, ‘O Feio’, todas gravadas por Roberto, e outros como ‘O Ermitão’, música gravada por Bobby De Carlo. Outro grande nome entre os compositores, mas ainda pouco reconhecido, é Helena dos Santos, dona de forte senso de “rock and roll”, e autora sempre presente nos discos de Roberto Carlos em música como ‘Na Lua Não Há’, ‘Meu Grande Bem’ e ‘Nem Mesmo Você’, entre outras.
Os versionistas também ajudaram a construir o repertório de “hits” da Jovem Guarda, em muitos casos com tamanha competência que deram status de “original” nacional para versões de pop italiano, “one hit wonders” e até mesmo obscuros “singles” de bandas de garagem. Os principais foram Fred Jorge e Rossini Pinto, mas também Erasmo Carlos, no início da carreira, Renato Barros e ainda Leno, destacaram-se pela capacidade de praticamente recriar canções estrangeiras, adaptando-as à nossa realidade. Especialmente na CBS, o berço da Jovem Guarda, a produção de versões funcionava como uma linha de montagem, sob a gerência do “seo” Evandro (Evandro Ribeiro, o diretor artístico naquele período). Os “singles” chegavam da matriz, eram selecionados e direcionados aos artistas mais adequados, e então repassados para às mãos competentes de Rossini Pinto, especialmente.
Um aspecto lateral, mas que merece ser citado é o flerte de alguns artistas da Jovem Guarda com a psicodelia que invadiu o rock mundial na segunda metade dos anos sessenta. O caso mais inusitado é, talvez, o da cantora Vanusa que apostando num mix de soul e psicodelia gravou músicas como ‘Mundo Colorido’ e ‘Atômico Platônico’, no final da década. Outro que saltou da Jovem Guarda para o caldeirão psicodélico foi Erasmo Carlos, no disco ‘Carlos, Erasmo ...’, acompanhado dos Mutantes, Lanny Gordin e Rogério Duprat. Os Íncríveis também teve seu momento garageiro-psicodélico, no álbum ‘Os Incríveis Neste Mundo Louco’.
Primeiro herói pop
Apesar disso, as relações da Jovem Guarda com o rock vigente naquele momento não era das melhores, com uma nítida separação entre os dois movimentos. Os roqueiros mais tradicionais, fiéis aos padrões externos em voga, recusavam-se a aceitar a linguagem da Jovem Guarda, classificada por eles como “brega”. Esta falsa separação foi rompida pelo tropicalismo que passou a incorporar em seu repertório canções de Roberto Carlos, especialmente, do que são exemplos os primeiros discos “psicodélicos” de Gal Costa. Nos anos setenta, o grupo A Bolha chegou a gravar um LP sob o título de ‘É Proibido Fumar’ e, nos anos oitenta e noventa, o gênero foi sendo gradativamente incorporado pelas novas gerações roqueiras.
Em 1972, em artigo especial para o jornal Rolling Stone, o escritor, poeta e músico Jorge Mautner, ainda cumprindo um papel de contribuir para o processo de aceitação da Jovem Guarda pelas elites nacionais, afirmou que “Roberto Carlos é puro instinto empírico e produto de uma sociedade de massas; o primeiro panamericano da “mídia” e do pop”. Segundo Mautner, “Celly introduziu o rock com batida de fox, mas não tornou isso um produto sincretizado. Era sempre uma importação artificial, “a versão”, na qual ficou famoso Fred Jorge. Roberto inicia-se aí nestas turvas águas de um rock importado e simplesmente traduzido, mas torna isso um produto complicado, sintetizando-o com uma alma e melodia brasileira, fabricando um inconfundível produto panamericano”. Para Mautner em seu artigo, Roberto Carlos promoveu no terreno do rock a mesma síntese das culturas musicais americana e brasileira que João Gilberto havia produzido com a bossa nova e o jazz.
domingo, 22 de novembro de 2009
Paulo Sérgio
Composição : Paulo Sérgio
Esta é a última canção que eu faço pra você
já cansei de viver iludido só pensando em você
se amanhã você me encontrar
de braços dados com outro alguém
faça de conta
que pra você não sou ninguém
mas você deve sempre lembrar
que já me fez chorar
e que a chance que você perdeu
nunca mais vou lhe dar
e as canções tão lindas de amor
que eu fiz ao luar para você
confesso
iguais àquelas não mais ouvirá
e amanhã sei que esta canção
você ouvirá no rádio a tocar
lembrará que seu orgulho maldito
já me fez chorar
por
muito lhe amar
peço não chore
mas sinta por dentro a dor do amor
e então você verá o valor que tem o amor
e muito vai chorar ao lembrar o que passou.
esta é a última canção que eu faço pra
você...(repete).
Composição : Diana
Passeando em um jardim
Eu te encontrei, meu bem
Foi tão grande a emoção
Que minha voz perdi
E com certa timidez
De mim se aproximou
Para ir a uma festa
Você me convidou
Fiquei feliz, sim
Com esta prova de amor, sim
A esta festa contigo irei
Quero dançar, sim
Quero dançar meu amor, sim
O A valsa dos namorados contigo
Quero dançar, sim
Quero dançar meu amor, sim
A valsa dos namorados contigo
Quero estar nos braços seus
Eternamente
Para o mundo então ficar
Tão diferente
E viver feliz assim
Apaixonada
Eu te amo e quero ser
A tua amada
Diga que tu, sim
Sempre serás meu amor, sim
És todo bem que eu tenho na vida
Vou te abraçar, sim
Para sentir teu calor, sim
Pois sou feliz quando estamos juntinhos
O Quero dançar, sim
Quero dançar meu amor, sim
A valsa dos namorados contigo...
Antonio Marcos
Composição : Antonio Marcos
Eu hoje estou tão triste
Eu precisava tanto conversar com Deus
Falar dos meus problemas
Também lhe confessar tantos segredos meus
Saber da minha vida
E perguntar porque ninguém me respondeu
Se a felicidade existe realmente
Ou é um sonho meu
Meu Deus, não sei rezar,
Perdoe por favor perdi meu tempo aprendendo a amar
Alguém que nunca soube o que é o amor
Eu sei que é impossivel
Mas eu queria tanto conversar com Deus
Nestas horas tão tristes só Deus me ajudaria
A esquecer você
Mas sei que estou errado
Sou eu quem devo os meus problemas resolver
Meu rosto está molhado de lagrimas cansadas
De chorar por você
Meu Deus, não sei rezar,
Perdoe por favor perdi meu tempo aprendendo a amar
Alguém que nunca soube o que é o amor
sábado, 21 de novembro de 2009
Agnaldo Timóteo- Os verdes Campos da minha Terra
Composição : Agnaldo Timóteo
Se algum dia
A minha terra eu voltar
Quero encontrar
As mesmas coisas que deixei
Quando o trem parar na estação
Eu sentirei no coração
A alegria de chegar
De rever a terra em que nasci
E correr como em criança
Nos verdes campos do lugar
Quero encontrar
A sorrir para mim
O meu amor na estação a me esperar
Pegarei novamente a sua mão
E seguiremos com emoção
Pros verdes campos do lugar
E reviver os momentos de alegria
Com meu amor a passear
Nos verdes campos do meu lar.
Silvinha- Minha Primeira Desilusão
Eu sou tão menina pra me namorar
Então por que será que eu fui gostar
De um menininho tão mal pra mim?
Ah!eu vou crescer para poder amar
Vou fazer força para não chorar
Daí talvez ele olhará pra mim
Não pense que eu sou acanhada
Eu estou enamorada
E sou capaz de confessar
Então dou uma piscadinha
Canto uma musiquinha
Baixinho pra poder lhe conquistar
O imenso amor que lhe dedicava
Nas entrelinhas da minha canção
E eu fui andando enquanto que chorava
O gosto amargo esperimentava
Da minha primeira desilusão
Roberto Carlos - O Calhambeque
Composição: Gwen Loudermilk / John Loudermilk/ Versão : Erasmo Carlos
Essa é umas das muitas histórias
Que acontecem comigo
Primeiro foi Suzy
Quando eu tinha lambreta
Depois comprei um carro
Parei na contra-mão
Tudo isso sem contar
O tremendo tapa que eu levei
Com a história
Do Splish Splash
Mas essa história
Também é interessante"
Mandei meu Cadillac
Pr'o mecânico outro dia
Pois há muito tempo
Um conserto ele pedia
E como vou viver
Sem um carango prá correr
Meu Cadillac, bi-bi
Quero consertar meu Cadillac
Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi!...
Com muita paciência
O rapaz me ofereceu
Um carro todo velho
Que por lá apareceu
Enquanto o Cadillac
Consertava eu usava
O Calhambeque, bi-bi
Quero buzinar o Calhambeque
Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi!...
Saí da oficina
Um pouquinho desolado
Confesso que estava
Até um pouco envergonhado
Olhando para o lado
Com a cara de malvado
O Calhambeque, bi-bi
Buzinei assim o Calhambeque
Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi!...
E logo uma garota
Fez sinal para eu parar
E no meu Calhambeque
Fez questão de passear
Não sei o que pensei
Mas eu não acreditei
Que o Calhambeque, bi-bi
O broto quis andar
No Calhambeque
Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi!...
E muitos outros brotos
Que encontrei pelo caminho
Falavam: "Que estouro
Que beleza de carrinho"
E fui me acostumando
E do carango fui gostando
E o Calhambeque, bi-bi
Quero conservar o Calhambeque
Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi!...
Mas o Cadillac
Finalmente ficou pronto
Lavado, consertado
Bem pintado, um encanto
Mas o meu coração
Na hora exata de trocar
Aha! Aha! Aha! Aha! Aha!
O Calhambeque, bi-bi
Meu coração ficou com
O Calhambeque
Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi!...
-"Bem! Vocês me desculpem
Mas agora eu vou-me embora
Existem mil garotas
Querendo passear comigo
Mas é por causa
Desse Calhambeque
Sabe!
Bye! Eh! Bye! Bye!"
Arrãããããããããmmmm!
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Sergio Reis - Coração de Papel
Composição: Sérgio Reis
Se você pensa
Que meu coração é de papel
Não vá pensando, pois não é
Ele é igualzinho ao seu
E sofre como eu
Por que fazer chorar assim
A quem lhe ama
Se você pensa
Em fazer chorar a quem lhe quer
A quem só pensa em você
Um dia sentirá
Que amar é bom demais
Não jogue amor ao léu
Meu coração que não é de papel
2X
Por que fazer chorar
Por que fazer sofrer
Um coração que só lhe quer
O amor é lindo eu sei
E todo eu lhe dei
Você não quis, jogou ao léu
Meu coração que não é de papel
(Não é
Meu coração que não é de papel
Não é Não é
Meu coração que não é de papel
Não é...)
Jerry Adriani - Querida
Composição : Jerry Adriani
Querida quero lhe dizer
Que toda a minha vida
Entreguei a você
Procure olvidar o que lhe fiz
Querida perdoa-me
Querida não vá
Oh querida relembre
Os momentos tão felizes
Que juntinhos passamos
Sob a luz do luar
Diga ao menos meu bem
Que de mim não tem mais rancor
Pra que eu possa esquecer
Todo o meu amargor
Falado
Oh querida
Você não sabe como eu me sinto
Em não tê-la mais ao meu lado
Minhas noites são tão frias
Minhas horas tão vazias
Mas se voltasse, se você voltasse
Tão feliz eu seria
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Erasmo Carlos- Pode vir quente Que eu estou fervendo
Composição: Carlos Imperial/Eduardo Araújo
Se você quer brigar
E acha com isso estou sofrendo?
Se enganou meu bem,
Pode vir quente que eu estou fervendo!
Mas se você quer brigar
E acha com isso estou sofrendo?
Se enganou meu bem,
Pode vir quente que eu estou fervendo!
Pode tirar
Seu time de campo,
O meu coração é do tamanho de um trem.
Iguais a você,
Eu já ganhei mais de cem.
Pode vir quente que eu estou fervendo!
Mas se você quer brigar
E acha com isso estou sofrendo?
Se enganou meu bem,
Pode vir quente que eu estou fervendo!
domingo, 15 de novembro de 2009
A história da Jovem Guarda!
A expressão Jovem Guarda começou a ser usada com a estréia do programa de auditório que tinha esse nome, na TV Record, em 1965. Foi tirada de um discurso de Marx, onde dizia "O futuro está nas mãos da Jovem Guarda". Foi comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa que apresentavam ao público os principais artistas ligados ao movimento. O programa tornou-se popular e impulsionou o lançamento de roupas e acessórios. O movimento foi impulsionado pelo público jovem, porém agradou pessoas de todas as idades.
Surgiram vários outros programas no mesmo estilo, assim como vários artistas(hoje esquecidos, em sua grande maioria, pela mídia) obscuros, que incluíam a Psicodélica, a Soul Music e o Rock'N'Roll no Iê-Iê-Iê. Muitos consideram o fim do movimento juntamente com o fim do programa, em 1968, mas podemos dizer que se estendeu até meados de 1970.
Entre os artistas do movimento destacaram-se Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa,Vanusa, Eduardo Araújo, Silvinha, Martinha, Ronnie Cord, Ronnie Von, Paulo Sérgio, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani, Rosemary, Leno e Lilian, Demétrius, Os Vips, Waldirene, Bobby di Carlo, Sérgio Murilo, Sérgio Reis, Trio Esperança, Ed Wilson, Lafayette e as bandas, Os Incríveis, Renato e Seus Blue Caps, Golden Boys e The Fevers. Entre os principais sucessos estão "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno"; "Festa de Arromba"; "Pare o Casamento"; "Garota Papo-Firme"; "Biquíni de Bolinha Amarelinha"; "Meu Bem"; "Eu Daria a Minha Vida"; "O Bom"; "Rua Augusta"; "Namoradinha de um Amigo Meu"; "Ternura"; "O Caderninho"; "Tijolinho"; "Feche os Olhos"; "A Festa do Bolinha"; "O Bom Rapaz" e "Menina Linda". A partir dos anos de 1990, regravações da Jovem Guarda feitas por outros grupos fizeram sucesso entre os adolescentes.
O que foi Jovem Guarda?
Jovem Guarda foi um movimento surgido na segunda metade da década de 60, que mesclava música, comportamento e moda. Surgiu com um programa televisivo brasileiro exibido pela Rede Record, a partir de 1965. Ao contrário de muitos movimentos que surgiram na mesma época, a Jovem Guarda não possuía cunho político. Os integrantes do movimento foram influenciados pelo Rock and Roll da década de 50 e 60 e pela precursora do rock no país, Celly Campello. Com isso, faziam uma variação nacional do rock, batizada no país de "Iê-Iê-Iê"(expressão surgida em 1964, quando os Beatles lançaram o filme "A Hard Day's Night", batizado no Brasil de "Os Reis do Iê-Iê-Iê"), com letras românticas e descontraídas, voltada para o público jovem. A maioria de seus participantes teve como inspiração o rock da década de 60, comandado por bandas como Beatles e Rolling Stones.